segunda-feira, 5 de julho de 2010

PALESTRA SOBRE A UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC.

C O N V I T E

A Associação de Educadores Latino-Americanos convida seus associados, colaboradores e amigos para assistirem à palestra/debate sobre a UFABC. Essa palestra será proferida pelo Prof. Dr. Dácio Roberto Matheus e realizada no auditório da APEOESP, Subsede Baixada Santista, rua Alexandre Herculano, 169 - Gonzaga, Santos.

Tema e data do evento:

Uma nova proposta pedagógica para o ensino superior brasileiro: a experiencia da Universidade Federal do ABC.
31 de julho de 2010, às 14 horas.

Ementa: A UFABC começou do zero e, por consequência , com infinitas possibilidades de construir um novo modelo de ensino superior. Esse degrau de liberdade permitiu ao comitê encarregado de propor a estrutura desta universidade, criar um plano acadêmico completamente novo, livre de amarras internas e de restrições externas.
Essa oportunidade não significa fazer algo novo apenas por ser novo, mas encampar o extraordinário progresso da ciência e da tecnologia, alcançado ao longo do último século. Afastados do sistema educacional universitário tradicional, os alunos são encorajados a se tornarem responsáveis por suas próprias vidas em vez de apenas escutarem o que devem fazer.
Há na UFABC o comprometimento de se preservar a idéia de liberdade para a exploração de novos caminhos em todas as atividades acadêmicas. O preceito que rege essa nova proposta é de que as universidades devem estar comprometidas com a evolução do espírito, em vez de suprir as necessidades materiais de consumidores.

REALIZAÇÃO

ASSOCIAÇÃO DE EDUCADORES LATINO-AMERICANOS

Outras informações: (13) 3251-9364, 3221-3096

sexta-feira, 4 de junho de 2010

CICLO DE CINEMA

AELAM e Estação da Cidadania
Atividade para o Programa de Formação Permanente de Educadores
Av. Ana Costa nº 340
Fórum da Cidadania (13)3221-2034
contato@forumdacidadania.org.br
Mediação: Professora e psicopedagoga Ana Paula dos Santos Rodrigues

1°. Primeiro Filme: “Entre os Muros da Escola” - Drama/França/2007 (128min). Data : 12/06/2010 (sábado) 17 horas.

2°. Segundo Filme: “Pro Dia Nascer Feliz” - Documentário/Brasil/2005 (88min). Data : 19/06/2010 (sábado) 17 horas.

3°. Terceiro Filme: “A Onda” - Drama/Alemanha/2008 (107 min.)
Data : 26/06/2010 (sábado) 17 horas.

Promoção
ASSOCIAÇÃO DE EDUCADORES LATINO-AMERICANOS
Ciclo de Cinema e Debate
Mediação: Professora e psicopedagoga Ana Paula dos Santos Rodrigues (ana_psr@yahoo.com.br).
Público-alvo: professores e demais interessados.
Justificativa: A cena escolar e seus múltiplos atores são encontrados tanto em filmes como em documentários, reproduzidos com suas relações complexas que demandam reflexão sobre as posturas que assumem no cotidiano educacional. Pais, professores, alunos, funcionários, equipe técnica, supervisão, todos assumem papéis possíveis de análise pela lente do cinema.
Objetivo: Proporcionar momentos de debates e reflexão sobre os papéis que assumimos enquanto educadores e educandos na rotina escolar.

Primeiro Filme: “Entre os Muros da Escola” - Drama/França/2007 (128min.)
Sinopse: François Marin (François Bégaudeau) trabalha como professor de língua francesa em uma escola de ensino médio, localizada na periferia de Paris. Ele e seus colegas de ensino buscam apoio mútuo na difícil tarefa de fazer com que os alunos aprendam algo ao longo do ano letivo. François busca estimular seus alunos, mas o descaso e a falta de educação são grandes complicadores.

Segundo Filme: “Pro Dia Nascer Feliz” - Documentário/Brasil/2005 (88min.)
Sinopse: Documentário sobre as diferentes situações de adolescentes de 14 a 17 anos, ricos e pobres, enfrentam dentro da escola: a precariedade, o preconceito, a violência e a esperança. Foram ouvidos alunos de escolas da periferia de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco e também de dois renomados colégios particulares, um de São Paulo e outro do Rio de Janeiro.

Terceiro Filme: “A Onda” - Drama/Alemanha/2008 (107 min.)
Sinopse: Professor propõe um experimento que explique na prática os mecanismos do fascismo. Em pouco tempo, seus alunos começam a propagar o poder da unidade e ameaçar os outros. Quando o jogo fica sério, o professor decide interrompê-lo, mas descobre ser tarde demais.

segunda-feira, 31 de maio de 2010




...PALESTRA SOBRE TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇAO COM HIPERATIVIDADE...

Sábado, dia 29 de maio, a AELAM promoveu a palestra do Dr. Marco Antonio Arruda, neurologista da infância e da adolescência, sobre TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade.
Dr. Marco Arruda, autor do livro “Levados da Breca – um guia sobre crianças e adolescentes com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade”, foi bastante elucidativo durante todo o evento, utilizou de muitos recursos audio-visuais e respondeu a todas as questões de forma acolhedora.
As explicações que fez sobre o TDAH não se limitaram a área educacional, mas também a outros aspectos da vida da criança, abrangendo até a vida adulta.

Mais informações sobre TDAH - http://www.aprendercrianca.com.br

Sobre o Dr. Marco Antônio Arruda
Neurologista da Infância e Adolescência, Mestre e Doutor em Neurologia pela Universidade de São Paulo (USP), Membro Titular da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil (ABENEPI) e da Associação Brasileira de Déficit de Atenção, autor do livro “Levados da Breca – um guia sobre crianças e adolescentes com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade”.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DA ESCOLA NACIONAL FLORESTAN FERNANDES


Vamos manter viva a universidade dos trabalhadores!

José Arbex Jr.
(texto originalmente publicado na revista Caros Amigos)

Caros(as) amigos(as):

A Escola Nacional Florestan Fernandes pede a sua ajuda urgente para se manter em funcionamento (veja como contribuir, no final deste texto).

Situada em Guararema (a 70 km de São Paulo), a escola foi construída, entre os anos 2000 e 2005, graças ao trabalho voluntário de pelo menos mil trabalhadores sem terra e simpatizantes. Nos cinco primeiros anos de sua existência, passaram pela escola 16 mil militantes e quadros dos movimentos sociais do Brasil, da América Latina e da África. Não se trata, portanto, de uma “escola do MST”, mas de um patrimônio de todos os trabalhadores comprometidos com um projeto de transformação social. Entretanto, no momento em que o MST é obrigado a mobilizar as suas energias para resistir aos ataques implacáveis dos donos do capital, a escola torna-se carente de recursos. Nós não podemos permitir, sequer tolerar a ideia de que ela interrompa ou sequer diminua o ritmo de suas atividades.

A escola oferece cursos de nível superior, ministrados por mais de 500 professores, nas áreas de Filosofia Política, Teoria do Conhecimento, Sociologia Rural, Economia Política da Agricultura, História Social do Brasil, Conjuntura Internacional, Administração e Gestão Social, Educação do Campo e Estudos Latino-americanos. Além disso, cursos de especialização, em convênio com outras universidades (por exemplo, Direito e Comunicação no campo).

O acervo de sua biblioteca, formado com base em doações, conta hoje com mais de 40 mil volumes impressos, além de conteúdos com suporte em outros tipos de mídia. Para assegurar a possibilidade de participação das mulheres, foram construídas creches (as cirandas), onde os filhos permanecem enquanto as mães estudam.

A escola foi erguida sobre um terreno de 30 mil metros quadrados, com instalações de tijolos fabricados pelos próprios voluntários. Ao todo, são três salas de aula, que comportam juntas até 200 pessoas, um auditório e dois anfiteatros, além de dormitórios, refeitórios e instalações sanitárias. Os recursos para a construção foram obtidos com a venda do livro Terra (textos de José Saramago, músicas de Chico Buarque e fotos de Sebastião Salgado), contribuições de ONGs europeias e doações.

Claro que esse processo provocou a ira da burguesia e de seus porta-vozes “ilustrados”. Não faltaram aqueles que procuraram, desde o início, desqualificar a qualidade do ensino ali ministrado, nem as “reportagens” sobre o suposto caráter ideológico das aulas (como se o ensino oferecido pelas instituições oficiais fosse ideologicamente “neutro”), ou ainda as inevitáveis acusações caluniosas referentes às “misteriosas origens” dos fundos para a sustentação das atividades. As elites, simplesmente, não suportam a ideia que os trabalhadores possam assumir para si a tarefa de construir um sistema avançado, democrático, pluralista e não alienado de ensino. Maldito Paulo Freire!

Os donos do capital têm mesmo razões para se sentir ameaçados. Um dos pilares de sustentação da desigualdade social é, precisamente, o abismo que separa os intelectuais das camadas populares. O “povão” é mantido à distância dos centros produtores do saber. A elite brasileira sempre foi muito eficaz e inteligente a esse respeito. Conseguiu até a proeza de criar no país uma universidade pública (apenas em 1934, isto é, 434 anos após a chegada de Cabral) destinada a excluir os pobres.

Carlos Nelson Coutinho e outros autores já demonstraram que, no Brasil, os intelectuais que assumem a perspectiva da transformação social sempre encontraram dois destinos: ou foram cooptados (mediante o “apadrinhamento”, a incorporação domesticada nas universidades e órgãos de serviços públicos, ou sendo regiamente pagos por seus escritos, ou recebendo bolsas e privilégios etc.), ou os poucos que resistiram foram destruídos (presos, perseguidos, torturados, assassinados).

Apenas a existência de movimentos sociais fortes, nacionalmente organizados e estruturados poderia fornecer aos intelectuais oriundos das classes trabalhadoras ou com elas identificados a oportunidade de resistir, produzir e manter uma vida decente, sem depender dos “favores” das elites. Ora, historicamente, tais movimentos foram exterminados antes mesmo de ter tido tempo de construir laços mais amplos e fortes com outros setores sociais.

A ENFF coloca em cheque, esse mecanismo histórico. A construção da escola só foi possibilitada pela prolongada sobrevivência relativa do MST (completou 25 anos 2009, um feito inédito para um movimento popular de dimensão nacional), bem como o método por ele empregado, de diálogo e interlocução com o conjunto da nação oprimida. Esse método permitiu o desenvolvimento de uma relação genuína de colaboração entre a elaboração teórica e a prática transformadora.

É uma oportunidade histórica muito maior do que a oferecida ao próprio Florestan Fernandes, Milton Santos, Paulo Freire e tantos outros grandes intelectuais que, apesar de todos os ataques dos donos do capital, souberam apoiar-se no pouquíssimo que havia de público na universidade brasileira para elaborar suas obras.

Veja como você pode participar da Associação dos Amigos da Escola Florestan Fernandes:

Em dezembro, um grupo de intelectuais, professores, militantes e colaboradores resolveu criar a Associação dos Amigos da Escola Nacional Florestan Fernandes, com três objetivos bem definidos: 1 – divulgar as atividades da escola, por todos os meios possíveis, incluindo sites, newsletter e blogs; 2 – iniciar uma campanha nacional pela adesão de novos sócios; 3 – promover uma série intensa de atividades, em São Paulo e outros estados, para angariar fundos, com privilégios especiais concedidos aos membros da associação.

O seu Conselho de Coordenação é formado por José Arbex Junior, Maria Orlanda Pinassi e Carlos Duarte. Participam do Conselho Fiscal: Caio Boucinhas, Delmar Mattes e Carlos de Figueiredo. A sede situa-se na Rua da Abolição n° 167 - Bela Vista - São Paulo – SP – Brasil - CEP 01319-030

Existem duas modalidades de associação: a plena e a solidária. A única diferença entre ambas as modalidades consiste no valor a ser pago. Ambas asseguram os mesmos direitos e privilégios estendidos aos associados.

Para ficar sócio pleno, você deverá pagar a quantia de R$ 20,00 (vinte reais) mensais; para tornar-se sócio solidário, você poderá contribuir com uma quantia maior ou menor do que os R$ 20,00 mensais. Esses recursos serão diretamente destinados às atividades da escola ou, eventualmente, empregados na organização de atividades para coleta de fundos (por exemplo: seminários, mostras de arte e fotografia, festivais de música e cinema).

Para participar e contribuir, envie a ficha de adesão (em anexo) preenchida e assinada, se tiver dúvidas procure a secretaria executiva através dos telefones: 3105-0918; 9572-0185; 6517-4780, ou do correio eletrônico: associacaoamigos@enff.org.br.

TORNA-SE O QUE É...



...vivemos em um mundo onde uma multiplicidade de forças muito poderosas tem atuado sobre nós. Do nascimento, passando pela escola, até o trabalho, tentam suprimir nossa individualidade, nossa criatividade e, acima de tudo, nossa curiosidade – em suma, destruir tudo que nos encoraja a pensar por nós mesmos.

Nossos pais queriam que nós agíssemos como as outras crianças da vizinhança; eles enfaticamente não queriam um menino ou uma menina que parecessem “estranhos” ou “diferentes”, tampouco “condenavelmente espertos demais.”

Então entramos na escola, um destino pior que a morte e o inferno combinados. Ao aterrissarmos em uma escola, aprendemos duas lições básicas: 1) Existe uma resposta correta para qualquer questão; 2) A educação consiste em memorizar essa única resposta correta e regurgitá-la nas “provas”.

As mesmas táticas continuam pelo ensino médio e, salvo em algumas ciências, até a universidade.

Através desta “educação” encontramo-nos bombardeados pela religião organizada. A maioria das religiões, no ocidente, também nos ensina a “única resposta correta”, a qual devemos aceitar com uma fé cega; pior ainda, tentam nos aterrorizar com ameaças de sermos queimados após a morte, tostando e fervendo no inferno se alguma vez ousarmos pensar por nós mesmos, de fato.

Depois de 18 a 30 anos de tudo isso, entramos no mercado de trabalho, e aprendemos a nos tornar, ou a tentar nos tornar, quase surdos, mudos e cegos. Devemos sempre dizer aos nossos “superiores” o que eles querem ouvir, o que veste seus preconceitos e/ou seus desejos fantasiosos. Se notamos algo que eles não querem saber, aprendemos a manter nossas bocas fechadas. Se não -

“Mais uma palavra, Bumstead, e você está despedido!”

Este rebanho humano começou com gênios em potencial, antes que a conspiração tácita da conformidade social enferrujasse seus cérebros. Todos eles podem se redimir dessa liberdade perdida, se trabalharem duro pra isso.

Eu trabalhei por isso por 50 ou mais anos até agora, e ainda acho partes de mim agindo como um robô ou um zumbi em algumas ocasiões. Aprender a “tornar-se o que se é” (como na frase de Nietzsche) leva o tempo de uma vida, mas ainda parece ser o melhor a se fazer.

(Robert Anton Wilson)http://republicadefiume.blogspot.com/